quinta-feira, julho 31, 2008

Descrição do cotidiano (sem nada pra dizer)

O dia lindo, da minha janela a baia de Guanabara e o sol. A lua ainda dorme no quarto. O cigarro queimando no cinzeiro, largado. E a cortina que trepida com o vento. Ainda restam algumas horas de nada para fazer e como há muito não acontecia, essa vontade de escrever que me vem. Deve ter sido a música. Assim, caneta e papel pautado. Espiei o lado de fora e uma criança corria no prédio ao lado. Parecia embalada ao som da canção que vem do meu rádio. No ritmo do sábado pela manhã. Me deu vontade de filmar a cena, mas Cao Guimarães, certa vez fez um vídeo da janela, com crianças brincando. Não seria novo. Mas seria bonito. A música preenche a sala. A vida vem diferente agora. Com sopro de manhã bem nascida e aproveitada. São pequenos detalhes, como a barca que passa, até sumir pelo enquadramento da janela. A vida mansa. Me sinto Virginia Woof com rompantes de criatividade em momentos inesperados. Deixo o sol cair sobre meu braço e sinto o seu calor. Fico jogada pela cadeira de palha trançada, na varanda, vendo a água e seu brilho. Os carros passam pela ponte, sem pressa. Enquanto isso, espero. Do outro lado a porta. Alguém chega?... Ainda não.