segunda-feira, novembro 30, 2009

Para Roberta

Se o corpo é pesado,
Se a alma chora,
Se a vida grita,
Quem somos nós,
para julgarmos a necessidade
da partida?
Que a leveza te carregue
nos braços,
Enquanto te embalamos
em derradeiro coro
de despedida.
O vermelho do teu cabelo,
que tantas vezes,
pintou nossos olhos,
ficará sempre guardado,
como lembrança que não morre
e traz um sorriso.
Vá em paz e ilumine, lá do alto,
quem por aqui ainda fica.

quarta-feira, novembro 25, 2009

O que seria do amarelo?

Se todos gostassem do azul,
o amarelo seria apenas,
mais uma cor,
desnomeada,
quase um anônimo,
subjulgado,
carente,
esquecido,
prestes a misturar-se no azul
e tornar-se verde.

Camuflagem:
"A esperança é um urubu pintado de verde" Mario Quintana

quinta-feira, novembro 19, 2009

Uma flor

Não sei se é nova ilusão.
Antes, por entre a sombra do meu próprio corpo,
encaixava-se a decepção,
de tudo que não foi, mas poderia ter sido.
A sombra me perseguia por todos os cantos.
Fizesse chuva, fizesse sol.
E a dor, que se aglutinava também no sangue,
sempre que eu esquecia, ao olhar para trás,
me fazia lembrar que dor e amor andam juntos.
Desacreditei ser possível embarcar em nova viagem de volta incerta.
E tomei como verdade que a melhor opção era me fechar.
Mesmo que na minha superfície transbordasse outra coisa
a ansidade de perder o chão, mais uma vez.
Os românticos incorrigíveis me entenderiam.
Sair como um furtivo amante, que se delicia com um beijo
como se o momento ficasse suspenso no ar,
e a vida só continuasse depois...
Nada como um primeiro beijo.
Nada como se apaixonar, mesmo que o erro seja um risco,
mesmo que abrir a gaveta e guardar as velhas fotografias
seja difícil, mesmo que algumas vezes a gaveta emperre.
Se amor não se aprende, melhor deixar o destino pregar suas peças
e se arriscar.
Deixei uma flor na sua janela, que talvez o vento despetale,
Ou quem sabe você a encontre antes disso...

domingo, novembro 15, 2009

Anotando a vida II

Se de manhã faz sol, e eu me levanto sorrindo,
que bom começo para o dia.
Dentro do que foi mansadião, onde ecoou o meu grito no vazio,
se faz nova morada de algo diferente.
Os inquilinos são perturbados e me perturbam.
Invisíveis a olhos nus, mas trazem a sensação inconfundível.
Nunca se sabe o que está além de um salto mortal,
mas se o pulo não fosse necessário,
como saber o que te encontra do outro lado?
E o que te espera pode ser mais do que se espera.
E quando eu escrevo muito mais do que posso dizer,
a válvula de escape, completamente invonluntária,
fica restrita aos meus cadernos de anotar a vida,
eles sim, poderiam contar todos os meus segredos,
abertamente, despidos, desprotegidos...
E por todas as horas com você serem belas,
mais do que suficiente para me fazer escrever.

domingo, novembro 08, 2009

Anotando a vida

Ando num momento de desinspiração, acontece.
Mas para não passar em branco,
quantas possibilidades estão em um leve encostar de braços?
Pele que se esquenta na pele alheia.
quantos sinais são interpretados corretamente?
E se, não há certezas, e sim, dúvidas que insistem em fantasiar...
Como deixar as invencionices e se arriscar?
Um tiro no escuro, pode ser fatal.
Nos olhos que mora a beleza,
A verdade fica, estrategicamente, escondida.
E por enquanto apenas espero.
Te vejo por fora, tentando decifrar o enigma.
Você é o mistério que vou conhecendo aos poucos...