O solo da bailarina
das estrelas, se de papel fossem, construiríamos móbiles.
Os móbiles, para pendurar, por metamorfose
se transformariam em sinalizadores do vento.
O vento levaria seu canto para bater nas janelas.
As janelas, depois de abertas, deixariam a música invadir a casa.
A música, bem, a música faria tudo mais bonito.
E então você dançaria.
Dançaria como a bailarina que não precisa de palco,
pois bastaria a música.
E só de deixá-la penetrar o corpo e fechar os olhos,
poderia alcançar a lua, e da lua todos a veriam.
E como você poderiam sentir também
o vento, o canto, as estrelas de papel, a música, a noite...
Das janelas abertas.
Suficiente seria olhar para o céu,
e além de olhar poder ver.