sexta-feira, novembro 11, 2011

Sobre tudo e sobre nada

De repente liguei o rádio e um rock, de outros tempos, encheu a sala. E mais do que o corpo que se balançou junto quase involuntariamente, teve a catarse que explodiu em silêncio num lugar mais profundo que a alma, em um lugar inominado. Lugar conhecido e reconhecido, aquecido pela música e desperto depois de um longo período adormecido.

O que há além da lua cheia que se exibe e da folha seca partida? Partida em muitos pedaços que de tão despedaçados se tornam poeira soprada para longe. A matéria se transforma. Nos momentos em que a inércia permanece fica tudo imutável até que numa topada você cai no chão e ao se levantar, nada mais é como antes.

Foi há muito tempo? Talvez não. Mas algumas vezes poucos dias se transmutam em eternidade. Outras vezes palavras não são necessárias e os olhos falam muito mais por nós do que conseguimos articular, juntar voz, vontade, coragem e concretizar frases para dizer o óbvio. Para quê?

Quando falta quietude e sobra angústia e ansiedade os instantes aleatórios ao longo do dia são preenchidos com pensamentos saborosos.