quarta-feira, janeiro 04, 2006

O entregador de flores

Era agradável estar em um café, um café com cheiro de livros novos. Ela pediu um capuccino com creme. Todas aquelas mesas redondas... Pessoas que conversavam ou apenas se observavam. Ela sozinha. Era curioso imaginar qual seria a história que viria por trás de cada rosto, o que os teria levado a estar justamente ali. Se fosse situação antecipada pelo destino, seria coincidência demais. Ela olha ao redor e espera. Queria encontrar algo que perdera. Não sabia exatamente o que e nem onde devia procurar, mas o sentimento da falta, o vazio crescente a incomodava. Quantos minutos já se passaram desde que chegara? Ela olha o relógio. E se aquilo tudo fizesse parte de um sonho? Os sonhos não são as realizações do inconsciente? Desejos guardados? Segredos?... Talvez fosse o onírico dentro da realidade ficcionada. Ela bebe um gole do capuccino, ansiosa.

Ele demora um segundo para reconhecê-la, sentada timidamente naquela cadeira, os cabelos espalhados pelas costas. Aproxima-se sem pressa, quer fazer uma surpresa. Ele sorridente. Antes que sinta sua presença, ele coloca o ramo de flores diante dos olhos dela... Era um presente. Ela apanha as flores, mas não quer se virar rapidamente, deseja deter aquele momento e vivê-lo mais um pouco. Ela e as flores.

4 Comments:

Blogger Rafael Leal said...

Igualmente importante é o instante fixado no olhar de quem entrega as flores...





oba!!! o primeiro comment é meu de novo!!!
bjs!

02:04  
Anonymous Anônimo said...

adorei esse!!! bjos

01:32  
Anonymous Anônimo said...

belo!! bela!! bê!!!

19:30  
Anonymous Anônimo said...

Para não dizer que eu não comento!!
Lindo texta ma! Beijos!

00:05  

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