A Deusa do Amanhecer
_ Com que asas, Aurora, ela chegou?
_ Com as asas brancas da bela mariposa do anoitecer.
_ Desceu com leve entortar de pés até o galho da paineira?
_ E entre as claras plumas que se desprendiam dos frutos ressequidos, as pequenas nuvens.
_ Haveria mel?
_ O mel que lhe empapou os dedos quando os aprofundou no buraco da árvore e contornou seus lábios.
_ E depois?
_ Depois se sentou por ali, pensativa, a esperar o findar da noite e o raiar do dia.
_ E sonho havia?
_ Em pequenos blocos. Iam estourando como bolas de sabão, quando ela os soprava para longe. E plim plim plim era possível ouvir.
_ E o sonhar se espalhava como chuva em gotas de imaginação pelas cabeças adormecidas em terra?
_ E pelas plantas e pássaros. E nisso apareceram as primeiras cores do dia, como o azul e o rosa a se misturar.
_ E quando ela foi embora?
_ Assim que cheguei. Antes eu observava de longe, embebia seu cheiro doce, impregnado de noite e estrelas. Sabia que ela fugiria.
_ Mas o medo era tanto que ela precisava fugir de pronto?
_ Medo não. A luz queimaria seus olhos tão logo eu chegasse. E como era linda a pequena alada, caberia na palma da sua mão. Fada malcriada nem me deu bom dia, e se foi.
_ E então?...
_ Amanheceu.
_ Com as asas brancas da bela mariposa do anoitecer.
_ Desceu com leve entortar de pés até o galho da paineira?
_ E entre as claras plumas que se desprendiam dos frutos ressequidos, as pequenas nuvens.
_ Haveria mel?
_ O mel que lhe empapou os dedos quando os aprofundou no buraco da árvore e contornou seus lábios.
_ E depois?
_ Depois se sentou por ali, pensativa, a esperar o findar da noite e o raiar do dia.
_ E sonho havia?
_ Em pequenos blocos. Iam estourando como bolas de sabão, quando ela os soprava para longe. E plim plim plim era possível ouvir.
_ E o sonhar se espalhava como chuva em gotas de imaginação pelas cabeças adormecidas em terra?
_ E pelas plantas e pássaros. E nisso apareceram as primeiras cores do dia, como o azul e o rosa a se misturar.
_ E quando ela foi embora?
_ Assim que cheguei. Antes eu observava de longe, embebia seu cheiro doce, impregnado de noite e estrelas. Sabia que ela fugiria.
_ Mas o medo era tanto que ela precisava fugir de pronto?
_ Medo não. A luz queimaria seus olhos tão logo eu chegasse. E como era linda a pequena alada, caberia na palma da sua mão. Fada malcriada nem me deu bom dia, e se foi.
_ E então?...
_ Amanheceu.
4 Comments:
Realmente, seus textos são maravilhosos...
Obrigada por ter linkado.
=]
Beijão.
-
amore... belo texto.
queria conversar com voce. vou te ligar.
fazia tempo que não passava por aqui... linda conversa!
beijos
já conhecia o blog mas nunca parei p ler de fato... e po... vocÊ é boa nisso...
Postar um comentário
<< Home