quarta-feira, setembro 30, 2009

No Tom

Esqueci o teu nome entre as embaralhadas frases que desperdicei no caderno. Entre os escritos desesperados, onde, lugar este - usei para negar que te amava. Malfadados dizeres que buscavam me convencer que amor era outra coisa. E que escrever resolveria os tais problemas inexistentes. Porque eu não te amava. Assim como também não sonhava, não queria e não lembrava. Você bem sabe das brigas que nunca tivemos e das discussões que terminavam em beijos. Naquelas noites em que eu não dormi com você. Sem falar nas confidências que muito menos trocamos. E se tivéssemos jurado alguma coisa já seria demais. Eu não sei quando foi que nos conhecemos e jamais lembraria do jeito que me olhou da primeira vez. Até poderia pensar que sua voz ainda me soa familiar, mas não, nem isso. Pois nunca houve cinema e nem dias de chuva. Quem sabe se eu fizesse um samba e desmentisse um pouco, existisse solução. Mas como já era de se imaginar, não havia música. Eu me enganei, tantas vezes, e não pense o contrário, pois não era para você que eu telefonava. Muito menos foi por você que eu chorei. Nunca soube o seu nome. E bobagem dizer que não te quis tão sinceramente ao meu lado, pois foi você que me ensinou todas essas mentiras. Para falar a verdade eu nunca escrevi sobre você.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

"(E desejei nunca ter te conhecido
Nunca ter conhecido coisa alguma
Ou que não existissem
As coisas que me ligam a você
Que não existissem as coisas)"

Vitor Paiva



Deu um aperto no peito seu texto...

21:03  

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