domingo, janeiro 24, 2010

O solo da bailarina

Da noite surgiriam as estrelas,
das estrelas, se de papel fossem, construiríamos móbiles.
Os móbiles, para pendurar, por metamorfose
se transformariam em sinalizadores do vento.
O vento levaria seu canto para bater nas janelas.
As janelas, depois de abertas, deixariam a música invadir a casa.
A música, bem, a música faria tudo mais bonito.
E então você dançaria.
Dançaria como a bailarina que não precisa de palco,
pois bastaria a música.
E só de deixá-la penetrar o corpo e fechar os olhos,
poderia alcançar a lua, e da lua todos a veriam.
E como você poderiam sentir também
o vento, o canto, as estrelas de papel, a música, a noite...
Das janelas abertas.
Suficiente seria olhar para o céu,
e além de olhar poder ver.

3 Comments:

Blogger Sueli Maia (Mai) said...

Ver e sonhar com tudo o que - para além do que o nervo óptico permite - for possível. Adorei o encadeamento . Abraços

11:06  
Blogger Luanne Araujo said...

Encadeamento, é uma ótima expressão pra forma que você escreve, encadeando as coisas, num ritmo que é muito teu... tem coisas da tua escrita que eu ainda tento desvendar... Um tratamento da beleza...
É sempre gostoso de ler.


Beijos

20:19  
Blogger Ana Moura said...

Eu dançava sozinha na sala de casa nos domingos de manhã. Todo mundo dormindo e eu fingindo ser bailarina. Talvez eu fosse.

beijoos

21:52  

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