sábado, novembro 24, 2007

Juntando os cacos

A joaninha no tapete verde, do banheiro. O vento de final da tarde, friozinho e casaco. O copo que quebra no bar, derruba a cerveja. A música assoviada, depois alguém canta. A vista do alto, quando os edifícios se cruzam e o dia acaba. Café vem com cigarro. Um passo de cada vez, te leva longe. Dia muito quente, tem cara de praia, mesmo segunda. As palavras ficam meio soltas no poema, a gente que costura. A vida é feita de frases.

Fui, empurrada pela mesmice. Sai, pela tangente. Tudo ruim, algumas vezes. Mas nada como música boa e noite de sinuca, amigos. Nada, como notícia boa inesperada. E rir de fechar os olhos. E brincar de lutas que terminam em abraços. Construí estátuas e edifícios, como Gaudi, em mosaicos múltiplos e coloridos. Mas sem técnica, nada que os olhos alcancem, efemeridade de um sopro, ou de um pensamento. Construí momentos, que ficam pendurados como móbiles em trajeto rodopiante, lembro deles quando o vento passa de um canto.

Sabe para onde eu fui?... Rodo, rodo, rodo... Às vezes nem eu sei, mesmo sóbria. Saltei para o mergulho debaixo d’água, com o impulso dos corajosos. Ainda não encontrei saída. Admiro o sol, com fina camada cristalina que me cobre. Eu, flutuando entre balançar de pernas, braços. Hipnotizada pelo belo do dia. Sabe? Criei dilemas clássicos narrativos, surrealistas. Desenhos de relógios, ficam nas paredes.

Vestido que balança, sandália que arrasta. Vai dizer a ela que o bom é sentir, quando se tem. Hora curtida na calma. A risada compartilhada. A flor que dá na janela. Quase um samba. O barquinho no mar feito dos cacos de vidro... Te dou de presente. Pendura no alto que a onda passa e ele navega. “Quem sopra meu nome?”

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

aiaiai! Saudade que nao termina! e café e cigarro vem juntos, vai ver que é por isso que nao tenho o habito de nenhum dos dois...
beijocas!!!
vc precisa me mandar o texto do livro...

14:31  
Anonymous Anônimo said...

Deliícia de ler, ver e sentir o cheiro dos seus textos!!!

Ih, não fui eu que escrevi não. É uma música de uma cantora fofa chamada Ana Cañas. Vale a pena dar uma olhada: http://www.myspace.com/anacanas

Saudades de cervejas, sorvetes, cigarros e muiiita conversa! Mas tudo no seu tempo...

beijoos

16:13  
Blogger Stephanie said...

você e esse seu texto tão delicado...

14:55  
Anonymous Anônimo said...

Olá Marcela!
Faço minhas suas palavras...
Delícia esse seu lugar.
Fiquei horas por aqui...
Beijo enorme e venha sempre,
Alice
www.asmaravilhasdopaisdealice.blogger.com.br

18:34  
Anonymous Anônimo said...

Good for people to know.

14:22  

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