Mais um ano...
A areia penetrava entre seus dedos, descalça, de vestido branco e de olhos fechados. Na sua frente o mar, ao seu redor muitas pessoas, a rua sem carros. Fez um pedido, os olhares voltados para o céu, ela ainda de pálpebras cerradas. Queria deixar tudo de ruim no passado, desejaria as coisas boas que faltaram. O primeiro fogo colorido explodiu, e a multidão, em polvorosa, gritou e se abraçou. Logo que abriu os olhos, sentiu o aroma do ano que chegava. As cartas disseram que os dias em 2006 viriam iluminados, as portas se abririam... O gosto do novo deu-lhe a certeza de que naquele ano tudo seria lindo. Alguém estourou uma garrafa de champagne perto dela, um pouco da bebida respingou em seu vestido. E por mais que almejasse apenas ilusões, acreditaria nelas durante aqueles instantes de festa.